quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Secretariat

Aqui há uns anos li um livro sobre um cavalo. Não era um cavalo qualquer, era o Secretariat. 
Nunca liguei a corridas de cavalos e à medida que fui lendo o livro é que fui percebendo os vários termos utilizados nas corridas de cavalos. 
Mesmo para quem não liga nada a corridas de cavalos posso-vos dizer que o Secretariat tornou-se numa grande inspiração para mim. Consigo referir vários atletas que me inspiram mas o Secretariat é um deles. Um cavalo. 

Para quem não goste de ler, há a versão filme que é sempre mais curta e sempre mais emocionante devido à banda sonora. Mas para perceber bem toda a história real do Secretariat nada como ler o livro. E é precisamente toda a história que há por trás deste magnífico cavalo já falecido que torna tudo ainda mais fantástico. Sim, que por trás de um fabuloso cavalo estava uma magnífica equipa e uma mulher lutadora e com muita garra. Grande mulher a senhora Penny!

O Secretariat tinha uma coisa muito característica e que deixava quase sempre as pessoas com um nervoso miudinho. Ele começava as provas quase sempre em último lugar. Tinha um arranque lento mas depois ia acelerando, acelerando e acabava por vencer.
Quando faleceu descobriu-se que tinha o coração 2,5x maior que o normal o que provavelmente explica a sua velocidade estonteante, mas que na minha opinião não tira mérito nem ao cavalo nem à equipa toda que estava por trás. Ninguém fazia a mínima ideia do tamanho do seu coração e no entanto todos viram o seu potencial e todos arriscaram bastante ao apostar no Secretariat.
Para além disso também já li que ele tinha uma passada diferente da dos outros cavalos.

Para quem, como eu, não percebe grande coisa de corridas de cavalos e para que possam perceber um pouco melhor a loucura que foi quando o Secretariat venceu a última das três provas da "Triple Crown" vou dar algumas breves explicações. Belmont Stakes é a última (ou era na altura, não faço a mínima ideia se ainda hoje é assim) de três provas que no seu conjunto se designam por "Triple Crown". A "Triple Crown" é um género de prova rainha ou provas rainha visto que são 3. Belmont Stakes é a última das 3 provas no calendário e é a mais longa. 
Nas corridas de cavalos dá-se o nome de "corpos" à distância que separa um cavalo de outro cavalo. Normalmente e na maioria das provas um cavalo ganha com uma distância de meio corpo, 1 corpo, vá 2 corpos. Acima disso já não é tão comum, mas vá vamos admitir que de vez em quando há alguns cavalos que vencem por 3, 4 ou 5 corpos. Mas mais que isso não é muito comum...
Agora aconselho que vejam o vídeo.
Ouçam bem o relato, ouçam bem o público.

Arrepiem-se.

Arrepiados?
Eu estou. Claro que a música não faz parte do relato original, deve ter sido acrescentada só para dar mais arrepios. Mas o relato é o original e só por aí já dá para ver que se estava a fazer história nesse dia.

Se vocês caros leitores estão a aldrabar e a ler o artigo todo e só depois vão ver o vídeo então faz favor de verem o filme primeiro antes de lerem daqui para a frente.

Nan nan nan. Estou a ver que ainda há alguns a continuarem a ler sem terem visto o filme. Faz favor vão ver o filme!

Bem....bem...bem.....eu disse ver o filme primeiro! =P

Pronto, agora que o caro leitor (teimoso!) já viu o filme posso fazer algumas considerações.

Viram bem aquilo??????

WHAT??? 

Ah e o locutor contou 25 corpos, mas foram.....estão sentados? 31!!!

Um cavalo com asas? 

Quando li o livro lembro-me de se questionar " E se a distância da prova fosse ainda maior? Teria ele continuado a correr ainda mais e a ganhar ainda mais distância dos outros cavalos? Até onde poderia ter continuado este cavalo do outro mundo? A verdade é que tendo em conta outras corridas dele, ele parecia correr cada vez mais depressa quanto maior a distância. Ele ganhava mais corpos quanto maior a distância. É de loucos!
Para além disso ainda quebrou o recorde da distância que se não estou em erro ainda hoje permanece!

Quando foi escrito o livro (2 ou 3 anos) esses recordes ainda se mantinham! Não sei se ainda hoje se mantêm mas é provável. É incrivel!

O Secretariat escreveu o seu nome na história nesse dia. Foi até eleito um dos 50 maiores atletas do Séc.XX pela ESPN, o único animal a figurar nesta lista. 
Grande Secretariat!

Só aqui a ultra fã de animais para eleger um cavalo como um dos seus atletas favoritos ;)
Mas é como vos digo, é toda a história por trás do cavalo, as pessoas que estão por trás do seu sucesso e depois o seu talento natural, a sua capacidade natural.

Como diz o locutor: "Almost unbeliveble!"
Quase inacreditável. Se não vissemos, não acreditávamos que tal coisa fosse possível.

domingo, 25 de agosto de 2013

"O" treino

Chamei-lhe "O" treino, porque este era aquele treino que eu não queria mesmo falhar. Este era aquele treino que metia mais respeitinho. A distância mais longa alguma vez percorrida por mim a correr. A distância mais longa a percorrer em treino antes da maratona. Depois dos 30 não sei o que existe e só saberei no dia da maratona. É um misto de curiosidade e respeito. O que será que há depois dos 30? O que se passa entre os 30 e os 42? Não sei. E só saberei no dia 6 de Outubro. Mal posso esperar =)

A semana passada foi algo agitada. Os treinos que fiz durante a semana não correram lá grande coisa. Na quarta-feira fui a Monsanto mas não sentia as pernas no seu melhor e fiz um treino mais fraquinho.

Chegada a sexta-feira sentia-me algo cansada e fui-me deitar cedo sabendo que no dia seguinte tinha de acordar por volta das 6h15....Acordei ainda mais cedo e sem grandes expectativas para o treino. Quando cheguei ao pé do João disse-lhe isso. Mas bem ou mal, sempre a correr ou alternado entre correr e andar haviamos de fazer os 30 km!

Por volta das 7h40 estava toda a gente pronta. Desta vez os presentes eram: João, Vítor, Sílvio, Francisco e eu.

Os pensamentos que me passavam pela cabeça variavam entre "Ai que cedo!!!Quero voltar para a minha cama!" e "Ai que cedo!!!Como raio vou eu correr 30 km?". 
O que me vale é que a vontade está cá. Eu quero correr uma maratona, eu adoro correr! Por isso por muito que custe, e principalmente os primeiros passos, eu vou fazer os 30 km.

Começámos a correr e logo vi que tal como na maioria das vezes as pernas estavam presas. Só esperava que se soltassem daí a pouco. Os primeiros km's foram-me um pouco custosos. Tentei ir falando com o pessoal e isso ajudou-me um bocado, mas só quando as pernas se soltassem é que iria a correr em verdadeiro prazer. 
Felizmente passados uns 5 km comecei a sentir as pernas mais leves e soltas. Agora sim!

Graças à companhia e à hora, o percurso fez-se bem melhor do que a primeira vez que eu e o João lá tinhamos ido. O nosso primeiro treino oficial e que não correu lá muito bem. Lembram-se?
E desta vez não houve falta de água...

Num instante estávamos no Terreiro do Paço e fizemos uma breve incursão até perto dos Restauradores. Depois seguimos rumo ao Cais do Sodré, Santos e Alcântara.
Por esta altura a paparazzi Isa entrou ao serviço ;)

João e Francisco, os dois maratonistas.
Mais à frente seguem o Vítor e o Sílvio.
Ahahahahah =P
A fotógrafa tira um auto-retrato claramente a provocar, como que a dizer
"Apanhem-se se puderem!"
Hihihi
Nesta altura voltámos para trás, íamos com cerca de 16 km e só por já ter conseguido correr isso eu já estava feliz. Mas sentia-me bem, talvez conseguisse mesmo fazer os 30 km...

Por volta dos 18/19 km o Sílvio deixou-nos. Estava feito o seu treino de preparação para a meia-maratona. 

Mais à frente fizemos a primeira paragem para reabastecer e seguimos o nosso caminho. 
Foi por volta dos 20 km que eu senti que ia conseguir. Ainda faltavam 10 km mas eu sentia que ia conseguir. Claro que daí para a frente podia até custar mais mas já ninguém me parava. Eu ia fazer os 30 km.

Infelizmente o joelho do João começou a dar sinal e ele sensatamente optou por alternar entre corrida e caminhada. Como eu ia bem e os restantes companheiros também optámos por continuar a correr quando o João resolvia andar um pouco mas, como nenhum de nós o queria deixar para trás, ao fim de uns metros dávamos a volta e voltávamos para trás para ir ter com ele. Os km foram passando. 22,23,24,25,26,27, 28! E o meu recorde (da semana passada) estava nos 28,3 km. Já no Parque das Nações e com cerca de 28,5 km os colegas avisaram-me da quilometragem. Os 30 km estavam já ao virar da esquina mas seja como for naquele momento ultrapassei uma barreira e quebrei o meu anterior recorde de distância.

Fotografia tirada por volta dos 28,5 km.
Um sorriso diz tudo.
Já que ia com o telemóvel na mão...

Já no Parque das Nações com a Ponte Vasco da Gama ao fundo.
Vítor e Francisco.
João.

29 km...29,5. 29,6.29,7.29,8.29,9...

30!!!!!

30 km feitos. Como o João tinha caminhado um pouco, a sua quilometragem não batia certo com a nossa e como o Vítor e o Francisco seguiram quase sempre ligeiramente à frente também não deveria bater certo com a minha. Pelos meus cálculos eu ia algures entre a quilometragem do João e a deles. Continuei a correr após os 30 km. O Vitor e o Francisco acabaram por fazer 31 km e eu cerca de 30,5 km. 

Cansada? Sim. Mas com a sensação que podia ter continuado? Sim. Com algum juízo na cabeça e com a noção que correr mais poderia levar-me demasiado perto do muro? Sim. Por isso não irei além disto. Só no dia da maratona.

Agora é também preciso ver que à hora que completámos os 30 km de ontem, no dia da maratona iremos com uns 15 ou 20. Quando chegarmos aos 30 já será plena hora de maior calor...Não será fácil. E se estiver calor não será mesmo nada fácil. Mas qual seria a graça se fosse fácil?
Não quero correr uma maratona porque seja fácil. É precisamente pelas dificuldades. Mas demasiadas dificuldades também dispensava. A hora tardia da partida e o potencial calor poderão tornar-se bem complicados mas é para isso que tenho treinado para ultrapassar estes obstáculos e tornar-me maratonista no dia 6 de Outubro de 2013.

Até lá o tempo vai passar num instante. Ora vejamos os planos para os próximos fins-de-semana:
  • 15 km
  • Meia das Lampas
  • Tejo +17 km
  • Destak +8 km
  • Último fim-de-semana antes da maratona
  • MARATONA!
Passa num instante. Venha daí o dia! =)

Boa semana e boas corridas!


quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Mais um treino em grupo

É já no próximo sábado o grande treino. 30 km.

A partida será por volta das 7h30 e o local de encontro será no Parque das Nações, onde está marcado o X na foto.


Onde estão o P e o C é onde costuma ser a partida e a chegada da Corrida do Oriente. Entre elas há uma rotunda e é aí que nos iremos encontrar.
O percurso será 15 km sentido Belém e depois voltar tudo para trás. Digo Belém mas provavelmente não chegaremos a Belém. Os 15 km deve dar na zona de Alcântara sensivelmente. 

Há alguns bebedouros pelo caminho mas aconselho que levem água convosco pelo menos se forem mais sensíveis à questão da hidratação.

O ritmo do treino será bem lento. Média de 7 (e poucos ou 7 e muitos) min/ km. Não quer dizer que não se façam uns km's mais rápidos mas também não quer dizer que não se façam uns km's mais lentos. 
Pronto, era só para avisar do ritmo tartaruga/caracol =)

Resumindo:
Partida:7h30
Local de partida: Parque das Nações; rotunda junto à partida da Corrida do Oriente
Distância: 30 km
Ritmo: lento

Apareçam!

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Mochila de hidratação

Com o aumento dos km's comecei a sentir a necessidade de ter uma mochila de hidratação.
Já andava para comprar uma há algum tempo mas fui adiando até chegar às vésperas do treino no Guincho. 
Na altura ainda não sabia que o João já tinha dado inicio a mais uma óptima organização de abastecimentos e por isso decidi que estava na altura de não adiar mais a compra de uma mochila de hidratação. Pesquisei um pouco pela net e pelos blogues mas só chegando ao dia de a comprar é que iria decidir. Precisava de experimentar e de ver a capacidade e arrumação da mochila. 

Destino Decathlon. Têm algumas mochilas à escolha, com diferentes capacidades, de diferentes cores e com preços para todos os gostos. 

A escolha torna-se mais fácil quando há algumas que não têm a arrumação que pretendemos e outras que ultrapassam o orçamento disponível.
Vi uma que me agradou. Bolsa de água com capacidade para 2 L, mais dois bolsos onde poderia colocar mais 2 garrafas de água ou outra bebida. Bolsos laterais para pôr o telemóvel e coisas mais pequenas. E ainda 2 bolsas maiores para guardar outras coisas como por exemplo mais comida ou um impermeável no Inverno. Para além disso vem com um apito incorporado e suporte para colocar bastões, coisas que por agora não são necessárias mas poderão vir a ser no futuro.

Só faltava uma coisa. Experimentar a mochila. Meti-a às costas, ajustei-a e corri um bocadinho pelo corredor só para ver mais ou menos como seria a sensação de correr com ela. Pareceu-me bem, apesar de estar a experimentá-la sem peso. 

E foi assim que comprei a minha Quechua por 34,95€.

É esta a mochila mas sem os bastões.
imagem sacos - transporte - viagem  mochila QUECHUA - Mochila RT Team 5L QUECHUA imagens
Foto tirada de www.decathlon.pt
Até à data só corri com ela duas vezes mas não tenho razões de queixa. Não sei se é melhor ou pior que outras doutras marcas ou até da mesma marca, mas foi aquela que achei que se adequava melhor a mim e aos planos que tenho para ela. 

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Mais uma semana e... com recorde de distância

Faltam apenas 7 semanas para a maratona. O tempo voa!
Parece que ainda ontem decidi correr a Maratona de Lisboa. Parece que ainda ontem comecei os treinos oficiais. E, no entanto, aqui estou eu a cerca de mês e meio do grande dia e com mais de metade do plano de treinos realizado. What? Como é que é possível que o tempo passe tão depressa?

Depois dos 25 km da semana passada soube-me muito bem correr apenas 3 km na terça. Foi apenas para soltar as pernas e para recuperação. 

Quarta-feira fui correr com o João ao Parque da Bela Vista. Eu não estava nos meus melhores dias mas lá me aguentei os 10 km. Ainda por cima o parque é super ondulado e nós não sabíamos que era assim tanto hehehe. Ainda por cima estava super abafado. Apesar disso foi um treino agradável como são todos os que faço com o padrinho João Lima :)
Ainda houve alguns momentos que nos fizeram rir como quando estávamos na zona onde costuma ficar (pensamos nós) o palco do Rock In Rio e o João como que inventou uma letra de uma música. "Maybe, maybe, maybe....". Ahahahah =) Ainda vai ser um hit de Verão, vão ver. 

Outro momento engraçado deu-se com um bonito cão. Mais concretamente um cão da raça Weimaraner. 
Íamos nós muito bem a correr e um pouco à frente ia um casal a passear uns cães. Um deles ia solto e muito espertalhão dirigiu-se a um bebedouro e ficou lá à espera que os donos chegassem e lhe abrissem a torneira para ele beber água. Eu e o João chegámos antes dos donos e como eu ia com sede parei para beber água. Vendo que o bonitão estava algo impaciente e até já saltava para cima do bebedouro perguntei-lhe educadamente se me deixava beber água primeiro....Yah yah....Assim que abri a torneira o cão saltou e meteu logo a sua cabeçorra à frente da minha bebendo água como se não houvesse amanhã. Entretanto os donos chegaram e pediram desculpa. Estamos a falar de uma adoradora de cães, que acham que eu respondi? "Posso fazer-lhe uma festinha." Hehe =) Após termos todos bebido água e eu ter feito umas festas ao cão lá prosseguimos o nosso treino que terminaria pouco depois com 10 km feitos.
Nunca tinha corrido neste parque e gostei. Tem mesmo uma bela vista sobre a cidade e sobre o rio e um percurso com bastante sobe e desce.

Sexta tinha 5 km para fazer e fui até Monsanto. Que saudades! Adoro correr com companhia mas há algo de mágico quando corremos sozinhos. É um momento que é só nosso. E correr por Monsanto é sempre óptimo. Sinto-me sempre aventureira por ir ali a saltitar por cima das raízes das árvores e por cima dos buracos. Foram apenas 5 km mas fez-me muito bem à alma.

E eis que chega finalmente domingo. Dia de um treino de 28 km. Se tudo corresse bem eu iria bater o meu recorde de distância. 
Desta vez, e porque não somos assim tão malucos, optámos por começar o treino mais cedo e fazê-lo em Lisboa para podermos desfrutar dumas sombras. Na sexta deixei aqui o convite para quem quisesse e pudesse aparecer. Fomos 6 os aventureiros que às 8h da manhã estávamos prontos a partir num agradável treino.

Carla, Jaime, Pedro, João, eu, Vitor.
Desde já agradeço ao casal maravilha, Jaime e Carla, pelas fotografias. Desta forma conseguiram evitar o aparecimento da paparazzi... =P

Novamente levei a mochila, o que facilita imenso não só pela água mas porque posso lá meter cubos de marmelada, barrinhas, telemóvel, lenços de papel e tudo o mais que me apeteça. Dá mesmo muito jeito. Ao ínicio é um pouco estranho ir com algo às costas e faz um pouco de calor nas costas mas não é nada que não se consiga aguentar. E para estes treinos mais longos acho mesmo que vale a pena.

O treino começou bem apesar das minhas pernas irem naquele estado de rigidez habitual nos primeiros quilometros. É preciso insistir para passar ao estado seguinte, o de leveza nas pernas.
Íamos ainda com uns 2 km quando apanhámos todos um valente susto com uma queda do Pedro mas felizmente parece ter sido mais o susto que outra coisa e prosseguimos. 
Com o passar dos km's as minhas pernas foram-se soltando mais e a certa altura já ia no modo automático e já corria bem e sem grande esforço. Isto de ir na conversa enquanto corremos ajuda bastante pois distrai uma pessoa e nem se dá pelos km's a passar. Num instante chegámos a Sete Rios e estávamos a celebrar o quebrar de um recorde pessoal. O do Jaime. Já agora queriamos que eles seguissem conosco até ao Cais do Sodré para também a Carla poder bater o seu recorde pessoal. E lá continuámos. 
Num instante chegámos ao Marquês, num instante estávamos no Terreiro do Paço. E o Cais do Sodré era já ali. Corremos mais um bocadinho para lá do Cais, voltámos para trás e deixámos a Carla e o Jaime no Cais do Sodré após mais uma celebração. Desta vez da Carla. 
O recorde de distância do Jaime era de 15 km. O da Carla era a meia-maratona. Agora o de ambos é 22 km. Estão de parabéns.

Segui então com o João, Pedro e Vítor. O pior estava para vir. A subida da Almirante Reis quando já tinhamos uns 24 km em cima.
Amigos, não foi fácil mas pensei que iria ser bem mais difícil.
O Pedro ressentiu-se com uma dor e ficou um pouco para trás, com o João a fazer-lhe companhia.
Eu e o Vítor seguimos. 
Pensei que me iria custar mais, pensei que teria de andar mas isso não aconteceu. Quando chegámos a Alameda demos uma volta para fazer tempo para o João e o Pedro nos apanharem e assim foi.
O Pedro insistiu para que nós seguissemos e lá fomos os 3. Quando chegámos ao cimo da Almirante Reis foi como ter vencido uma montanha. E já íamos com uns 27 km. Como é que era possível já termos feito todos estes km's e eu até estar relativamente bem? Num instante o relógio do Vitor estava a dar as "28 badaladas". Sentia-me cansada mas estava bem, não estava estoirada, não tinha atingido o meu limite. Correcção. Ainda não atingi o meu limite. Como eu e o Vitor demos uma volta extra na Alameda, o João ainda estava 300 m atrasado. Claro que seguimos com ele. Significa isto que o meu novo recorde de distância está neste momento nos 28,3 km =)

Mais uma vez terminei com a sensação que poderia ter continuado. Não foi fácil mas também não foi assim tão difícil. 
O facto de ter mais 5 companheiros comigo ajudou bastante. Conversa para aqui, conversa para ali e nem se dá pelos quilometros a passar.
Obrigada pela vossa companhia Carla, Jaime, João, Pedro e Vítor =)

Quando chegámos à porta do Estádio 1º de Maio, a Carla e o Jaime estavam lá à nossa espera e com bolinhos e coca-cola. Tinhamos todos muito que celebrar.
Pouco depois o Pedro já estava a chegar e demos inicio ao nosso pequeno mas óptimo banquete.

28 km depois
Segue-se o treino mais longo de todos nesta preparação para a maratona. 
30 km e é já no próximo domingo! 
Mas quem é que anda a acelerar o tempo? =P

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Procura-se companhia para treino longo =)

Depois não venham dizer que não avisámos ou que não convidámos =P

No próximo domingo, dia 18 de Agosto, eu e o João Lima temos planeado um treino de preparação para a maratona pelas ruas de Lisboa. Serão 28 km. Quem quiser poderá juntar-se a nós para correr apenas uma parte da distância. E isso fica a cargo da vontade de cada um. 5, 10, 15, 20 km. É à escolha do freguês. =) Cada qual corre o que quiser. 

Quanto à velocidade estamos a falar de velocidades lentas que irão rondar o 7min/km. Poderão haver alguns km's mais rápidos (poucos) mas também é muito provável que hajam km's ainda mais lentos.

O percurso será o da antiga maratona de Lisboa. Iremos começar no Estádio 1º de Maio e quando chegarmos à zona do Cais do Sodré iremos voltar para trás, subir a Almirante Reis e acabar junto ao estádio.

A hora de partida será por volta das 8h da manhã.

Agora vamos colocar o seguinte cenário. Alguém que lê este blogue mas que não conhece nenhum de nós pessoalmente. É simples. Junta-se a nós na mesma! =)
Se houverem por aí atletas femininas ainda melhor pois gosto muito de rapazes mas ultimamente tenho sido a única menina nestes treinos de grupo. Fazem falta mais mulheres para contrabalançar =).

Relembro:
Hora de partida - 8h 
Local de partida - Estádio 1º de Maio-entrada na Av. Rio de Janeiro

É só aparecerem!

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Treino 25 km Cascais-Guincho

Eu que normalmente escrevo, escrevo, escrevo e gosto de contar todos os pormenorzinhos das minhas corridas, desta vez vou encurtar a coisa.
Para ajudar meto umas fotos pelo meio. Tirando a foto do grupo, que foi tirada por uma senhora que simpaticamente se ofereceu para nos tirar a foto, todas foram tiradas por mim sem que os companheiros reparassem. Até já me chamam paparazzi =P

Treino planeado: 25 km à semelhança da prova 20 km Cascais.
Atletas presentes: João Lima, Pedro e Vitor. Ah, e eu ;)
Hora prevista de partida: 9h30
Hora de partida: Por volta das 10h
Abastecimentos: cuidadosamente preparados pela família Lima. Águas fresquinhas a meio caminho entre Cascais e o Guincho foram uma espécie de benção dos deuses. Obrigada Joana e Rúben! =)
Para além destes abastecimentos eu levei o meu próprio abastecimento numa mochila de hidratação.
Mochila de hidratação: andava para comprar uma sei lá há quanto tempo, simplesmente ainda não se tinha proporcionado. A grande estreia com a minha menina (sim, é uma menina e chama-se Quechua) correu muito bem. Dei-me bem com uma mochila às costas, melhor do que estava à espera. Mais conversa sobre a mochila num outro artigo um dia destes.

0-5km 
Pernas - "Oh Isa...mas é mesmo isto que queres fazer num domingo de manhã com este calor?...Correr?"
Cabeça - "SIM!É!"
Pernas - "Epá...que chata..."

5-20 km 
Cabeça - "Eu não vos disse? É bom ou não é?"
Pernas - "Humm...é bom sim cabeça. Tinhas razão, ainda bem que continuámos a correr."
Cabeça "............." = estado zen

Os 3 famosos apanhados pela paparazzi ahahahahah.
Ao fundo o Guincho e a bela Serra de Sintra.
Ahahahahahah! =D
Até testemunhámos estranhos fenómenos.
Lá ao fundo no mar...é um tsunami? Ou apenas neblina?
E aquela "nuvem"? Um incêndio? Neblina?
Neblina.
20-25 km
Pernas - "Olha lá ó cabeça de vento! Isto já não está a ter assim tanta piada!"
Cabeça - "Pois...é do calor sabem? Agora já é mais tarde e já está o sol bem quente. Mas aguentem-se que está quase a acabar."
Pernas - "Mas quando?....quando acaba?"
Cabeça - "Eeees-táááá quaaaa-seeeee."
Pernas - "Grrrrrrrr"

25 km 
Ambas - "Finalmente!"

Passados 5 minutos - Ah mas valeu a pena! =D

Os sobreviventes:
Vitor, João, eu e Pedro
Obrigada pela companhia rapazes.
Foi duro mas conseguimos.
Acho que resumi bem o treino. 
Ontem foram apenas 3 km só para rolar e recuperar. Hoje serão 10. Sexta mais 5. Domingo novo recorde de distância: 28 km. Desta vez a começar bem mais cedo.

Boas corridas caros leitores! Corram felizes.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Won't stop till it's over

E porque esta semana não foi boa estou a precisar de me inspirar. E pelo caminho espero inspirar-vos também.

Alguns de vocês podem já ter visto o anúncio dos 10 anos da MTV Portugal. "Este é o ano..."
E a música que se ouve é dos The Temper Trap. Adoro aquela música. E outras deles, mas hoje vou pegar naquele anúncio, naquela música. E porquê? 

Porque este é o ano em que vou correr uma maratona

E porque

"Won't stop till it's over"
"Won't stop to surrender"


Aconteça o que acontecer até lá. Tenha eu que saltar 1, 10 ou 100 obstáculos até lá, mas eu vou correr uma maratona. Porque eu quero, porque eu posso, porque eu consigo.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O treino mais lento de sempre

Não consigo dar outro nome a este artigo. E quem diz a verdade não merece castigo...

Após algumas semanas de treinos acima dos 20 km, ontem o plano era correr "apenas" 15 km. E de manhã estava completamente fora de questão pois eu tinha uma festa de anos que possivelmente iria durar a noite toda. Então porque não fazermos um treino em plena hora de maior calor em mais uma tentativa de nos habituarmos a correr a essa hora? E foi isso que eu e o João planeámos, começar o treino por volta das 13h. Escusam de deixar comentários a chamar-nos loucos, doidos varridos ou outros sinónimos pois nós temos plena noção (pelo menos eu tenho) que não somos bons da cabeça. Mas também temos noção que precisamos de nos habituar a correr com calor e a esta hora pois no dia da maratona não teremos como evitar correr à hora de maior calor. Simplesmente vai acontecer. Prefiro saber que me preparei do que chegar ao dia e correr terrivelmente mal porque não me preparei suficientemente bem.

Na sexta fui correr cerca de 45 minutos e as pernas não estavam no seu melhor. Tive de alternar com alguma caminhada mas fez-se. Fui até Monsanto pois estava cheia de saudades de correr rodeada de árvores e de algum silêncio. Revi o casal já com alguma idade que já via no ano passado a passear pelos trilhos de Monsanto. São um casal muito simpático e cumprimentam-me sempre que passam por mim. E eu gosto de vê-los, de ver como transmitem tranquilidade e energia ao mesmo tempo. Vi uma senhora a passear o seu cão e vi 3 ou 4 pessoas a correr. A melhor altura foi quando não vi ninguém e parecia que tinha Monsanto só para mim, apesar de saber que mais à frente, a seguir à curva, ia o tal casal. Mas ir ali no meio das árvores sem ver ninguém é uma sensação fantástica.

Sábado à noite tinha uma festa de anos e para resumir passei 4 horas seguidas a dançar e cheguei a casa já estava o dia a nascer. 4 horas depois estava a acordar mas ainda tinha tempo para dormir mais uma hora, por isso deixei-me ficar na cama na ronha. Quando me convenci a levantar também me convenci que fazer 15 km daí a pouco menos de 2h seria um milagre.

Quando cheguei ao pé do João ele bem viu como eu estava. Perguntou-me se eu queria encurtar o treino, eu respondi que logo se via como as coisas corriam. Mas que de certeza que teríamos de alternar entre corrida e caminhada. 

Quando começámos o treino já eram umas 13h30 e logo pensei que provavelmente por volta dos 10 km iria dizer ao João para darmos por concluído o nosso treino por aí. Começámos a correr à volta do lago e cedo comecei com desejos de me mandar à água. A água estava com bom aspecto para um mergulho e os patos todos lá com um ar feliz e contente contrastavam comigo. 
Após corrermos 1 km e 600 m festejei pois só o ter chegado ali já era para mim uma vitória. Sim, quem vos escreve estas linhas é a mesma pessoa que correu 27 km a semana passada. 
Num dia normal por muito que os primeiros km's me possam custar um pouco, eu sei que eventualmente vou descontrair e relaxar e irei correr "normalmente". Mas ontem eu soube desde o inicio que não iria dar. 
Sabe-se lá bem como ainda consegui subir sempre a correr (se é que se pode chamar aquilo correr...) a rampa que vai dar ao Estádio Nacional. Depois descemos por um trilho e estávamos novamente lá em baixo. Aos 3 km e algumas centenas de metros eu tive de andar. E a partir daí para a frente foi sempre uma alternância entre correr e andar. 

Corremos um bom bocado na zona do corta-mato. Amaldiçoei os pequenos troços de areia ( e eram só uns 5 ou 6 metros) e admirei ainda mais as pessoas que correm a UMA. 
O João estava fresco, eu simplesmente fui-me aguentando a correr o que podia. Conversámos muito. Mesmo muito porque tivemos muito tempo para isso. Se não fosse a sua companhia eu não teria nem corrido 1 km. 

Após algumas voltas na zona do corta-mato eu sentia-me mais ou menos bem e o João perguntou-se se eu queria ir fazer a rampa de que ele me tinha falado no treino anterior que fizemos no Jamor. Eu disse que sim, que provavelmente a iria fazer a andar, mas vamos a isso! E assim foi, ainda aguentei a correr os primeiros metros mas depois teve de ser a andar. Ainda nos rimos bastante sempre que o João me dizia o ritmo do km anterior. Oh, o que nós nos rimos! Eu nem sequer vou aqui escrever que é para vocês não se assustarem. O que vos posso dizer é: não vão dançar a noite inteira e dormir só umas horinhas se no dia seguinte quiserem ir correr! Não aconselho mesmo nada! E não tenciono repetir a façanha! 

Depois desta rampa metemos por mais trilhos. Uma zona de trilhos que eu não conhecia, e que não explorámos no outro treino que fizemos no Jamor, e que adorei! Temos de lá voltar João. Mas num dia "normal" :)
Subimos bastante (ou pelo menos foi o que me pareceu) e a estratégia foi andar nas subidas. E por muito que eu quisesse correr as pernas não obedeciam. Não valia a pena estar a forçar. Há ali um parque de aventura e haviam uns estrados pendurados no ar e uma zona de rappel mas não se via ninguém. Algures por esta altura completámos 10 km. Um pequeno milagre! 
Depois começámos a descer e retomámos ao piso zero e à zona do lago do Jamor. Ai a vontade que eu tinha de me atirar à água! Comentei com o João e juntos magicámos algumas estratégias para nos atirarmos à água, coisa que supostamente não se pode fazer. 
Se aparecesse alguém dizíamos que tinhamos:
a) tropeçado e caído à água;
b) caído à água porque estávamos tão exaustos do calor.
Apesar das nossas estratégias lá resistimos ao chamamento da água.

Passámos por um cãozinho que ia a passear com a dona. Era um cãozinho minúsculo. Cabia nas nossas mãos. Ele começou a correr atrás de nós a puxar a trela e acabámos por parar para lhe fazer umas festas. Ele era tão meiguinho e tão piqueno! 
Lá seguimos com a nossa corrida. Passado um pouco mais caminhada e arranjámos nova estratégia para fazermos os quilometros que faltavam. Por esta altura já iamos com 12 e tal. Se fiz 12 e tal, faço 15, nem que saia daqui amanhã! A estratégia definida foi correr 500 m e andar 100m. Até correr 500 m seguidos me custava. A pausa de 100 m foi sempre muito bem-vinda. Nos últimos 800 m o João queria corrê-los de seguida. Impossível para mim! Se eu já mal me estava a aguentar a correr 500 m seguidos quanto mais 800. Corremos 400, andámos 100, corremos os últimos 300. Nos últimos 100 m o João fez um sprint, eu acelerei apenas um bocadinho. O João acabou vários segundos antes de mim.

15 km  feitos. 
Os milagres existem.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Correndo cantando e "competindo" com os autocarros

Ainda não completamente recuperada do treino de domingo, terça-feira fui correr 5 km. Um pouco perra mas a corrida fez-se mais ou menos bem. Segui pela Estrada de Benfica, fui até cerca de metade da mesma e depois voltei para trás. Acabei o treino nas hortas.

As hortas citadinas de Benfica
Na quarta-feira tinha planeado um treino de cerca de 10 km. 
O calor voltou e mesmo a correr ao final da tarde é impossível fugir do dito cujo. Os primeiros 2 km custaram um pouco mais. As pernas ainda se estavam a soltar e eu, apesar de primeiro ter dado uma voltinha aqui na zona, comecei a subir a Av. Colégio Militar até Carnide o que custou um bocadinho. Mas depois era sempre a descer pela Estrada da Luz. Olha que bom! Bem, não era sempre a descer...descia e depois era plano mas depois daquela subida logo no inicio soube bem. Quando falo em subida não estou a falar duma rampa propriamente inclinada mas sim do género de subidas que não gosto, pouco inclinadas mas com algum comprimento. 
Mas continuando com o relato deste treino. A partir da descida eu já ia mais solta e apeteceu-me começar a cantar. Na maior parte das vezes cantei para dentro. Ia simplesmente a correr e a cantar para mim mesma. É um óptimo truque, é que uma pessoa vai entretida a cantar e nem dá pelo tempo a passar. 

Antes de sair de casa eu já tinha traçado mais ou menos o meu treino, queria ir conhecer o Parque Bensaúde. Outro dia passei lá ao pé e fiquei espantada. A apenas uns 3 ou 4 km de mim e eu nem sabia que aquele parque existia! Grande falha! Mas é por isso que é tão bom correr, estamos sempre a descobrir sítios novos. 

Nesta altura ia a cantarolar feliz da vida e ia com a pica toda. Viro à direita e começo a subir a Rua dos Soeiros, precisamente o estilo de subida que gosto, inclinada mas mais curta. Oh hapiness! Depois virei à esquerda e entrei no Parque Bensaúde. Como não conheço não sei para onde ir. Sigo em frente.

Tirei só uma fota mas para a próxima tiro mais.
O parque não é muito grande mas o suficiente para eu explorar um bocado. Ah aqui não tem saída...volta para trás. E um chafariz para eu beber água?... O piso é predominantemente uma mistura de terra batida, erva e algumas zonas têm bastantes pedras. Fui dar a uma rampa que faz favor....Comecei a subi-la a correr mas nos metros finais tive de andar pois ela inclinava mais. Uma boa rampa! Voltei à entrada do parque e segui desta vez rumo a uma esplanada, felizmente logo em frente havia um chafariz para me refrescar. 
Eu estava convencida que o parque deveria ter uma entrada/saída para a Estrada da Luz por isso decidi descer uma escadaria. E depois mais outra. E depois mais outra....Fui dar a umas hortas. Não havia saída por ali. Volta tudo para trás. Toca de subir a escadaria a passo de corrida. Chego ao cimo. Ufa! 
Saio do parque e desço nova escadaria que vai dar à Estrada da Luz/ das Laranjeiras. Estou bem-disposta. Continuo a cantar para mim (na maioria das vezes...). 

Chego a Sete Rios. Volto para trás pela Estrada de Benfica. Na paragem de autocarros vejo quanto tempo falta para os próximos autocarros. 1 minuto para o 758, 1 minuto para o 746, 13 para o 716. Tenho que ser rápida se quero chegar à próxima paragem antes destes dois que estão a um minuto de distância. Mas já sabem que o meu rápido não é lá muito rápido....O que me vale é que o rápido dos autocarros está dependente de semáforos e de passageiros a entrarem e sairem nas paragens. 
Primeira paragem. Não passa por mim nenhum autocarro. Segunda paragem. Autocarros nem vê-los :) 
Vejo ao longe a terceira paragem. O 758 passa por mim. Sorrio pois já foi bem bom ter corrido a distância de quase 3 paragens sem passar nenhum autocarro. Mas não desisto. O autocarro vai parar na terceira paragem e eu tenho uma oportunidade para alcançá-lo. Corre Isa, corre! Estou quase lá, vejo o autocarro a fazer o pisca para a esquerda. Vai retomar a marcha. Não o alcanço. Ele foge-me. Safadito. 
Há pelo menos um semáforo até à paragem seguinte e há a paragem. Ainda posso alcançá-lo. A esperança não morre. Corro e já não canto. Só ouço umas guitarradas do Jimi Hendrix mas já não vou concentrada na música. Já vejo a quarta paragem e o 758 está lá parado. Vou alcançá-lo. Alcanço-o! Vitória! Infelizmente estou algo cansada e preciso de beber alguma água no chafariz que ali há junto ao parque infantil senão poderia ter ganho algum avanço. A razão impera. Páro para beber água. O autocarro arranca. Deixo-o ir. Conheço o trajecto dali para a frente. Sei que será complicado conseguir manter-me a par do autocarro. Quando avisto a paragem seguinte, a quinta, o autocarro já nem está lá. Por muito que eu corra feita doida já será quase impossível alcançá-lo. Vou simplesmente continuar a correr sem qualquer motivação extra. 

Mas eis que à chegada da 5ª paragem surge outro autocarro, agora é o 746. Ah, assim sim! Catch me if you can 746! Alguns metros passados e yes he could...Continuo a correr. Não desisto. Quando vou a chegar à 6ª paragem o 746 está lá parado. O problema é que eu tenho de atravessar uma passadeira com semáforo e neste momento está verde para os carros e há demasiados carros para eu me aventurar a atravessar a estrada. Aguardo enquanto mantenho o autocarro debaixo de olho. Finalmente os carros param, eu arranco, o autocarro também já arrancou mas logo de seguida teve de parar num semáforo. É a minha oportunidade pois agora vou cortar algum caminho (se calhar deveria ser desclassificada da competição =P...). Atravesso um parque de estacionamento, entro na ciclovia, dou a volta ao centro comercial Fonte Nova e quando chego a mais um semáforo, que felizmente está aberto para mim, o autocarro está parado na 7ª paragem. Corre Isa, corre! 
Sensivelmente a meio caminho entre a 7ª e 8ª paragem sou ultrapassada. Mas ainda há esperança. É só ele apanhar o semáforo fechado. Mas está aberto... Talvez o consiga alcançar na paragem. Já não consigo. Mas ainda há esperança. É só ele apanhar o semáforo seguinte fechado. Mas está aberto...Agora é que já é muito difícil apanhá-lo e toda a maneira eu vou virar à direita. Dou por encerrada a competição. Foi bastante divertido!

Sigo para casa já mais nas calmas e quando estou prestes a dar por terminado o treino vejo este amor:


Já ia com mais de 10 km por isso parei para ver se ele era meiguinho. Ele cheirou-me e começou a querer brincar comigo. 


"Isso, dá cá essas mãozinhas para eu te arranhar um bocadinho..." 
"Vá deixa-me dar-te uma trincazinha..."

Ele estava deitado em cima de um colchão e, à medida que brincávamos, ele ia escorregando. Quando ele já tinha metade do corpo fora do colchão e estava prestes a dar um belo tralho despedi-me dele (ou dela, acho que era uma menina).

Foi um belo treino e deixou-me muito bem-disposta.